No último Grande Prêmio da Espanha de 2025, realizado no Circuito de Barcelona-Catalunha, a Fórmula 1 foi palco de mais um capítulo de tensão entre dois dos seus maiores protagonistas: George Russell, da Mercedes, e Max Verstappen, da Red Bull. A corrida, que já prometia emoções com a pole position de Oscar Piastri, terminou em controvérsia após uma manobra agressiva de Verstappen contra Russell, que resultou em uma punição de 10 segundos para o holandês e uma troca de farpas que agitou o paddock e as redes sociais. A declaração de Russell, acusando Verstappen de uma atitude “deliberada” e “desnecessária”, reacendeu a rivalidade entre os dois pilotos, enquanto os fãs debatem o limite entre competitividade e desportivismo na categoria.
O incidente ocorreu nas voltas finais da prova, após a entrada do safety car provocada por um problema no motor do carro de Kimi Antonelli, companheiro de Russell na Mercedes. Na relargada, Verstappen, que havia optado por pneus duros devido à falta de compostos novos, enfrentou dificuldades de aderência. Sob pressão de Charles Leclerc, da Ferrari, e de Russell, o tetracampeão perdeu uma posição para Leclerc após uma derrapagem na reta principal. Na sequência, Russell tentou ultrapassá-lo na Curva 1, forçando Verstappen a cortar a curva para manter a quarta posição. Orientado pela Red Bull a devolver a posição, Verstappen fez menção de ceder, mas, em um momento de frustração, colidiu com a roda dianteira de Russell, em uma manobra que muitos consideraram intencional. A direção de prova não hesitou: aplicou uma punição de 10 segundos e três pontos na superlicença de Verstappen, que caiu para a décima posição.
Russell, visivelmente irritado, não poupou críticas ao rival em entrevista à Sky Sports F1. “Já vi esse tipo de manobra em jogos de simulador e no kart, mas nunca na Fórmula 1. Pareceu deliberado no momento, então foi surpreendente”, disparou o britânico. Ele destacou que, embora reconheça o talento de Verstappen, considera esse tipo de atitude “totalmente desnecessária” e prejudicial à imagem do esporte. “Max é um dos melhores pilotos do mundo, mas essas ações não fazem sentido. Acabamos em quarto, e ele em décimo. Não sei o que passou pela cabeça dele”, completou. A declaração gerou uma onda de apoio nas redes sociais, com muitos fãs elogiando a postura de Russell, enquanto outros questionaram se a punição a Verstappen deveria ter sido ainda mais severa, como sugeriu Nico Rosberg, que defendeu sanções mais duras por “retaliação intencional”.
Por sua vez, Verstappen adotou um tom enigmático e irônico ao responder às críticas. Questionado pela jornalista Rachel Brooks sobre os comentários de Russell, o holandês limitou-se a dizer: “Na próxima, trago alguns lenços”. A resposta sarcástica, amplamente compartilhada em plataformas como X, intensificou a narrativa de rivalidade entre os dois. Verstappen também expressou frustração com a estratégia da Red Bull, lamentando a escolha dos pneus duros, que limitaram seu desempenho na relargada. “Estávamos lentos para brigar pelo título. O safety car no final nos deixou sem opções de pneus, e o composto duro não era o ideal”, afirmou à Sky Sports.
O incidente não é o primeiro atrito entre Verstappen e Russell. Em 2023, no GP do Azerbaijão, os dois já haviam se desentendido após um toque na corrida sprint, com Verstappen chamando Russell de “otário” e prometendo retaliar. A relação tensa ganhou um novo capítulo na Espanha, e a proximidade de Verstappen de uma suspensão — com 11 pontos na superlicença, a apenas um de uma punição automática — adiciona ainda mais drama à temporada. Com a Red Bull enfrentando desafios para manter a competitividade, especulações sobre o futuro de Verstappen, que tem cláusulas de saída em seu contrato, também ganham força, com rumores apontando para possíveis negociações com a Mercedes.
Enquanto a Fórmula 1 se prepara para o GP do Canadá, de 13 a 15 de junho, o embate entre Russell e Verstappen continua a dominar as conversas. O episódio serve como um lembrete da intensidade que define a categoria, mas também levanta questões sobre os limites do fair play. Para Russell, a corrida foi uma oportunidade de mostrar sua competitividade; para Verstappen, um momento de frustração que pode custar caro. Resta saber como essa rivalidade moldará o restante da temporada de 2025.
