Em mais uma polêmica que virou manchete, Elon Musk — o magnata bilionário da tecnologia e autoproclamado provocador cultural — iniciou uma tempestade de fogo ao declarar publicamente que não celebrará o Mês do Orgulho em junho, denunciando-o como uma manifestação do que ele chama de “hipocrisia corporativa consciente e manipulação cultural”.
O anúncio, feito pela conta pessoal de Musk no X (antigo Twitter), já causou impacto nas mídias sociais, nas diretorias corporativas e nas comunidades ativistas, dando início a um dos debates mais acalorados de 2025.

A postagem que deu início a tudo
Na noite de 4 de junho, Musk postou:
Eu não comemoro o ‘Mês do Orgulho’. A WOKE não merece um mês, uma semana ou um dia. Não se trata mais de direitos — trata-se de controle. A sinalização corporativa de virtude é o verdadeiro vírus.
Em minutos, a publicação acumulou mais de 7,5 milhões de visualizações e 250.000 retuítes, com apoiadores e detratores inundando os comentários.
Para um homem que prospera em polêmicas, mesmo para os padrões de Musk, esta foi uma declaração inusitadamente contundente. Ela desafiou diretamente não apenas os esforços de defesa LGBTQ+, mas também as parcerias corporativas e campanhas de marca que normalmente inundam o mês de junho com logotipos e slogans de marketing coloridos.
A reação foi imediata
Quase instantaneamente, organizações de defesa LGBTQ+, figuras públicas e celebridades expressaram sua indignação. A GLAAD emitiu um comunicado condenando os comentários de Musk como “retórica perigosa que mina a visibilidade e a dignidade das comunidades marginalizadas”.
O cantor pop e ativista Lil Nas X respondeu sem rodeios no X:
“Cara, você literalmente constrói carros que ninguém pode pagar e é louco por arco-íris?”
Vários proprietários de Tesla recorreram às redes sociais, prometendo vender seus veículos ou boicotar os futuros modelos da marca, usando hashtags como #BoycottTesla e #PrideWithoutMusk.
Enquanto isso, funcionários da SpaceX e da X (antiga Twitter) teriam expressado consternação, com um pequeno grupo de engenheiros da SpaceX supostamente enviando uma carta ao RH exigindo um esclarecimento da posição da empresa sobre a inclusão LGBTQ+.

As empresas americanas reagem — com cautela
Talvez o mais intrigante seja o fato de grandes marcas que já haviam firmado parcerias com empreendimentos de Musk terem permanecido notavelmente em silêncio. Analistas do setor especulam que empresas como Panasonic, Hertz e Dell — que têm contratos com a Tesla ou a SpaceX — estão agindo com cautela para evitar serem pegas no fogo cruzado cultural.
Um executivo sênior de marketing de uma empresa da Fortune 500 (falando anonimamente) nos disse:
Os comentários de Elon nos colocam em uma situação difícil. A comunidade LGBTQ+ é uma parte vital da nossa base de consumidores, mas a parceria tecnológica com a Tesla também. É um pesadelo de relações públicas prestes a acontecer.
Musk dobra a aposta
Longe de recuar, Musk deu sequência à sua postagem inicial com uma série de tuítes provocativos, incluindo:
“O Mês do Orgulho virou um golpe corporativo. Se você realmente defende a igualdade, lute para que as pessoas também sejam canceladas por suas opiniões.”
E depois:
“Logotipos de arco-íris não ajudam pessoas LGBTQ. Eles só ajudam os seus resultados financeiros.”
Os apoiadores saudaram a postura de Musk como “corajosa” e “honestidade revigorante em um mar de indignação fabricada”. Comentaristas conservadores como Ben Shapiro e Matt Walsh imediatamente expressaram sua aprovação, enquadrando os comentários de Musk como uma reação muito necessária contra o que eles percebem como excessos da cultura progressista.

O Panorama Geral: A Estratégia da Guerra Cultural de Elon
Este último incidente faz parte de um padrão mais amplo no comportamento público de Musk nos últimos dois anos. Desde que adquiriu a X e a rebatizou como uma autodenominada “plataforma de liberdade de expressão”, Musk tem se posicionado cada vez mais como um crítico da chamada “cultura woke” — opondo-se a tudo, desde políticas de moderação de conteúdo até iniciativas de DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) em empresas de tecnologia.
A analista de mídia Lana Robertson explicou:
Musk se aprofundou totalmente na persona da guerra cultural. Não se trata mais de participação de mercado — trata-se de influência. Ele quer ser visto como o homem que denuncia o pensamento de grupo em todos os setores, seja no governo, na mídia ou nas empresas americanas.
O que vem a seguir?
Até o momento, nem a Tesla nem a SpaceX emitiram uma declaração formal abordando as declarações de Musk. Vários funcionários LGBTQ+ nas empresas de Musk estão considerando organizar um protesto interno ainda este mês.
Uma coisa é certa: Elon Musk não vai se retirar do campo de batalha cultural tão cedo. Resta saber se essa última controvérsia prejudicará seus negócios ou estimulará ainda mais seus seguidores, que se tornam um culto.
Mas se a história serve de indicação, Musk provavelmente prosperará no caos — exatamente do jeito que ele gosta.
Fique ligado, porque essa tempestade ainda não acabou.