Em uma declaração surpreendente e carregada de emoção que gerou conversas nas redes sociais e nos principais veículos de comunicação, Maye Musk — modelo, nutricionista e mãe do titã da tecnologia Elon Musk — fez um apelo sincero ao mundo: pare de chamar seu filho de bilionário.
O pedido foi feito durante uma entrevista com uma emissora sul-africana, onde Maye foi questionada sobre as pressões e expectativas públicas que sua família enfrenta, especialmente com o nome de Elon constantemente nas manchetes. Sua resposta tomou um rumo inesperado. “Ele é mais do que apenas um bilionário”, disse ela com firmeza. “É um rótulo preguiçoso. Reduz quem ele é a um número, e não acho que reflita o peso de seu trabalho ou de sua alma.”
Desde então, o clipe viralizou, gerando uma onda de debates. Mas o que inicialmente parecia uma simples preferência semântica está rapidamente revelando fissuras mais profundas na forma como o mundo enxerga riqueza, identidade e valor pessoal — especialmente quando se trata dos poucos indivíduos na Terra cujo patrimônio líquido pode movimentar os mercados globais.
Maye Musk continuou: “Chame-o de visionário, solucionador de problemas, futurista, se preferir. Mas essa obsessão por bilhões — é distorcida. É desumanizante.” Suas palavras atingiram um ponto sensível, especialmente entre os apoiadores de Elon Musk, que há muito o veem como mais do que apenas o homem mais rico do mundo. Para eles, ele é um disruptor de setores: espacial, automotivo, neurotecnologia, mídias sociais e até mesmo inteligência artificial. Mas, para os críticos, o rótulo de bilionário tem sido frequentemente usado como sinônimo de privilégio, acumulação de poder e ambiguidade moral.
A ironia, claro, é inescapável. Elon Musk nunca teve vergonha de ostentar sua riqueza, tuitando memes enigmáticos sobre comprar o Twitter (o que ele acabou fazendo), movimentando mercados com emojis ou até mesmo brincando sobre comprar empresas “por diversão”. Certa vez, ele vendeu quase todos os seus imóveis para provar que não era apegado a posses. No entanto, o apelo de Maye sugere que por trás da persona pública — às vezes abrasiva, frequentemente excêntrica — ainda está seu filho. E ela quer que o mundo o veja dessa forma.
“Ela não está pedindo que as pessoas ignorem a fortuna dele”, comentou o sociólogo Linh Zhao, de Stanford, que estuda magnatas da tecnologia e a percepção pública. “Ela está pedindo uma reumanização. Criamos ícones a partir de bilionários — seres quase míticos — e isso é perigoso, porque os transforma em supervilões ou super-heróis, quando a maioria deles é muito mais complexa.”
Curiosamente, esta não é a primeira vez que Maye Musk se manifesta sobre o tratamento dado aos seus filhos na mídia. Em entrevistas anteriores, ela defendeu o comportamento pouco ortodoxo e a saúde mental de Elon Musk, chegando a tuitar enigmaticamente sobre o impacto da vida pública. Mas, desta vez, suas palavras soam menos como defesa e mais como uma rebelião silenciosa — uma tentativa de reformular a narrativa global de alguém que conheceu Elon Musk não como um construtor de impérios que usava algoritmos, mas como um garoto que sofreu bullying, que lia ficção científica em silêncio e que certa vez lhe disse que queria “salvar o mundo”.
As reações online variaram de empatia a reviravoltas de olhos. Alguns acreditam que a reformulação da marca já passou da hora. “Ela tem razão”, tuitou um usuário. “A classe bilionária precisa ser vista como pessoas — imperfeitas, brilhantes, reais.” Outros se mostraram menos convencidos: “É difícil sentir pena de um cara que consegue comprar um país antes do café da manhã.”
O que Maye Musk fez — intencionalmente ou não — foi reabrir a discussão sobre o custo humano da megafama, especialmente na era digital, onde a sutileza se perde em uma manchete. Se as pessoas param ou não de chamar Elon Musk de bilionário é irrelevante. O que importa é a pergunta que suas palavras levantam: quando o patrimônio líquido se tornou a única medida de valor?
No fim das contas, o pedido de Maye é simples, mas profundo. Não se trata de minimizar a riqueza de Elon. Trata-se de exaltar tudo o mais que ele é — ou foi, ou poderia ser. E em um mundo obcecado por rótulos, talvez essa seja a atitude mais radical que uma mãe pode ter.